ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 15.10.1987.
Aos quinze dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Sétima Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada a homenagear os cinqüenta anos das Empresas de Petróleo Ipiranga. Às dezessete horas e vinte e dois minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Brochado da Rocha, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Sérgio Silveira Saraiva, Diretor das Empresas de Petróleo Ipiranga; Dr. Bolívar Baldiseroto Moura, Diretor das Empresas de Petróleo Ipiranga; Dr. Nelson Marchezan, ex-Deputado Federal; Dr. Osmar Lanz, Vice-Presidente da Federasul e Associação Comercial de Porto Alegre; Dr. Ricardo Portela Nunes, representante da Fiergs; Sr. Antonio Mafuz, Presidente da MPM; Cap.PM Juarez de Oliveira, representando, neste ato o Comandante-Geral da Brigada Militar, Cel.PM Jerônimo Braga; Ver. Hermes Dutra, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente registrou a presença, no Plenário, do Dep. Jarbas Lima. Em continuidade, foi ouvido número musical apresentado pelo Coral Ipiranga, sob a regência do Maestro Pablo Henrique da Rocha Espiga. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Hermes Dutra, em nome das Bancadas do PDS e do PL teceu histórico sobre a Cia. de Petróleo Ipiranga, desde sua fundação até a época atual. Enfatizou a importância dessa Companhia para a economia do Brasil e, em especial, do nosso Estado, como fonte geradora de recursos e empregos, discorrendo sobre a situação atual das Empresas de Petróleo Ipiranga, que diversificaram seus produtos e tem garantida a distribuição dos mesmos por todo o território nacional. Disse que esta homenagem transcende a uma simples formalidade, pois resgata uma dívida do povo gaúcho com as Empresas de Petróleo Ipiranga, salientando a presença constante das mesmas nos projetos sociais do nosso Estado. O Ver. Clóvis Brum, em nome da Bancada do PMDB, discorreu sobre o significado do exemplo dos Senhores Franscisco Tellechea e Eustáquio Orvasabal que, com seu pioneirismo, mostraram ser o Rio Grande do Sul capaz de algo mais que se dedicar à agricultura e pecuária, lançando-se num projeto como o da Cia. de Petróleo Ipiranga. Congratulou-se com o Grupo Ipiranga, por sua participação no processo sócio-econômico do Estado, dizendo que o PMDB sente-se honrado em participar da presente homenagem. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Sr. Sérgio Silveira Saraiva, Diretor das Empresas de Petróleo Ipiranga, que discorreu a respeito da importância das Empresas de Petróleo Ipiranga dentro da estrutura sócio-econômica do País, enfatizando atingirem elas também a área social, não sendo meras capitalizadoras de recursos. Em continuidade, foi ouvido número musical do Coral Ipiranga. A seguir, o Sr. Presidente fez pronunciamento relativo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala de Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e quarenta e sete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Brochado da Rocha e secretariados pelo Ver. Hermes Dutra, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Hermes Dutra, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR. PRESIDENTE: Damos por abertos os
trabalhos da presente Sessão.
Registramos, ainda, a presença do Dep. Jarbas Lima.
Escutaremos a seguir a apresentação do Coral Ipiranga, sob a regência
do Maestro Pablo Henrique da Rocha Espiga.
O SR. PABLO ESPIGA: O Coral cantará o Hino
Rio-Grandense.
(O Coral Ipiranga canta o Hino Rio-Grandense. Palmas.)
O SR. PABLO ESPIGA: Cantaremos a seguir a Ave
Maria de Vitória.
(O Coral canta a Ave Maria.)
O SR. PRESIDENTE: Como de hábito, a Casa se
faz ouvir pelas suas diversas Bancadas. Inicialmente ouviremos o requerente da
presente Sessão Solene, Sr. Ver. Hermes Dutra. S. Ex.ª falará na qualidade de
autor, na qualidade de representante da Bancada do PDS com assento nesta Casa e
pala Bancada do PL.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, há 50 anos, um grupo de empresários se reunia
para fundar uma refinaria de petróleo. A determinação destes homens e sua
arrojada visão permitiram a expansão do empreendimento, gerando um dos maiores complexos
empresariais brasileiros. A história de Ipiranga confunde-se com a história do
Brasil no último meio século. As Empresas Petróleo Ipiranga chegam ao seu
cinqüentenário com a mesma vitalidade e otimismo que marcaram o começo em Rio
Grande, Rio Grande do Sul, em 7 de setembro de 1937.
Estas palavras, extraídas da Revista Ipiranga – Edição Especial do
Cinqüentenário – são uma síntese perfeita da história das Empresas Petróleo
Ipiranga que hoje estamos a homenagear.
Esta homenagem, tenho para mim, transcende ao sentido formal de uma
sessão solene, eis que constitui o resgate de uma obrigação da comunidade
porto-alegrense para com a Ipiranga.
Tal circunstância ficou também patente pela aprovação unânime da minha
proposição pelos nobres Pares desta Casa Legislativa, legítimos representantes
do povo desta Cidade.
Disse constituir o resgate de uma obrigação porque a Ipiranga tem,
inequivocamente, ao longo dos seus cinqüenta anos, contribuído notoriamente
para o desenvolvimento do nosso Estado e, por extensão, da nossa Capital.
Mas, voltemos no tempo ao longínquo ano de 1937, mais precisamente ao
dia 7 de setembro. Nesse dia e ano é que entrou em operação, isto é, foi
oficialmente inaugurada a Refinaria Ipiranga, representando esse acontecimento
os primórdios do desenvolvimento em nosso País da tecnologia do refino de
petróleo.
Homero Lauda, que foi um dos tantos trabalhadores que ajudou o então
jovem Engenheiro Francisco Martins Bastos a aterrar os mangues da região oeste
da cidade do Rio Grande, onde seria implantada a Refinaria, conta que “aquele 7
de setembro foi um dia de chuva, de muita trovoada e vento. A inauguração da
Refinaria aconteceu debaixo d’água”.
Em verdade, o embrião mesmo da Refinaria surgiu em março de 1933,
quando foi constituída na cidade de Uruguaiana a Destilaria Rio-Grandense de
Petróleo S.A., a primeira a operar no Brasil e que buscava suprir o mercado do
Rio Grande do Sul, resultante da união dos comerciantes brasileiros Eustáquio
Ormazabal e João Francisco Tellechea e dos comerciante argentinos Raul Aguiar e
Manuel Morales.
O petróleo, hoje a fonte de energia mais utilizada no mundo, e cujos
registros históricos revelam remontar ao ano 4.000 antes de Cristo seus
primeiros contatos com o homem, era, até então, quase que um desconhecido no
nosso País.
O petróleo nos era trazido do Equador, via porto de Buenos Aires, de
onde era transportado para Paso de Los Libres, cidade argentina às margens do
Rio Uruguaiana, em frente à cidade gaúcha de Uruguaiana.
Já em 1936, apenas três anos após a constituição da Destilaria,
acontecia um grande percalço: proibia o governo argentino a reexportação do
chamado “ouro negro” pelo seu território, concedendo o prazo de um ano para que
tal situação fosse regularizada.
Foi nesta oportunidade que, pretendendo montar uma pequena refinaria
que pudesse receber matéria-prima através do porto de Montevidéu, um grupo
uruguaio entabolou negociações com os então sócios brasileiros e argentinos.
O resultado das conversações é o próprio início da Ipiranga, eis que
concluíram pela instalação de uma refinaria na cidade portuária de Rio Grande.
Assim, a 6 de agosto de 1936 é assinado em Porto Alegre o ato formal de
constituição da Ipiranga S.A. – Companhia Brasileira de Petróleos.
Entendo que aqui cabe, como um registro todo especial a menção dos
nomes dos fundadores deste que é um dos maiores grupos empresariais do Brasil:
pelo lado brasileiro, João Francisco Tellechea, Eustáquio Ormazabal, Her
Ribeiro de Mattos e Oscar Germano Pereira; pelo lado argentino, Manuel Morales e
Raul Aguiar e, pelo lado uruguaio, Juan Ganzo Fernandez, Numa Pesquera, Luís
Supervielle, Carlos Alberto Clulow, Manuel Ferreria e Abel Pesquera.
Quatro meses após, inicia o processo de construção da refinaria e que
viria, menos de um ano depois, a 7 de setembro de 1937, conforme já dissemos
anteriormente, a ser oficialmente inaugurada.
Podemos figuradamente dizer que a rapidez, eficiência, dedicação,
competência, dinamismo e trabalho que envolveram a construção da refinaria
constituíram o alicerce, a base sólida em que, ao longo dos tempos e hoje mais
do que nunca, as Empresas Petróleo Ipiranga estão fundadas.
Mas as Empresas também enfrentaram muitas dificuldades no seu
desenvolvimento, principalmente nos primeiros anos. Assim, a incipiente
indústria de refino careceu de técnicos e operadores especializados, o que veio
a trazer reflexos altamente negativos nas finanças da Refinaria. Logo depois,
novos percalços se apresentaram. Dos quatro produtos básicos que a Refinaria
obtinha – gasolina, querosene, óleo diesel e óleo combustível queimado – dois,
o querosene e o óleo combustível não conseguiam saída no mercado.
Em seguida, nacionalizava o governo a industrialização do petróleo,
apenas permitindo que pudessem ser acionistas de refinarias de petróleo, brasileiros
natos, se solteiros, ou casados com brasileiros natos pelo regime de comunhão
de bens, o que veio a representar um duro golpe, pois retirou de uma só vez
grande parte do capital empregado na constituição da Refinaria, de origem
estrangeira.
O advento da guerra mundial, em 1939, trouxe consigo, por sua vez, nova
situação crítica, pelo agravamento da falta do petróleo bruto que alimentava a
Refinaria, aliado ao fato de não ser conseguido fretamento.
Estes fatos levaram a Diretoria da Refinaria a se transferir para o Rio
de Janeiro, buscando uma proximidade com o centro administrativo do País, que
lá se localizava.
Todos estes obstáculos foram vencidos, entretanto com muito trabalho,
criatividade e denodado entusiasmo, próprios dos que sabem o que querem e lutam
para colimar seus objetivos.
Nesse particular, cabe-nos, por dever de justiça, reverenciar diversos
nomes de extrema competência profissional, verdadeiros esteios da
reestruturação da Empresa a partir da saída dos acionistas estrangeiros e que
souberam colher das adversidades os necessários ensinamentos para torná-la
pujante, dinâmica e aberta às inovações tecnológicas que vinham surgindo.
Assim, citam-se os nomes de René Ormazabal, herdeiro do estilo arrojado
e empreendedor do seu pai, Eustáquio Ormazabal, um dos fundadores da Refinaria.
Carlos Fagundes de Mello, funcionário número um da Empresa em Porto
Alegre, já naquela época Diretor, e que tinha experiência no setor, pois
trabalhara com o pai, Alfredo Mello, detentor do monopólio de estocagem de
produtos explosivos e combustíveis em Porto Alegre.
Aristides da Motta Almeida, industrial e comerciante, que ingressou na
Empresa representando os acionistas estrangeiros. Com a saída destes,
comprou-lhes parte das ações, galgando, em seguida, o cargo de Diretor, o que o
levou a permanecer na presidência do Grupo de 1937 a 1961.
João Francisco Tellechea, um dos pioneiros da indústria de petróleo no
Brasil. Dotado de grande caráter e personalidade, era sensível e humanitário.
Empreendedor e homem de muita visão empresarial, dedicou-se às Empresas até os
oitenta anos de idade.
Francisco Martins Bastos. Dedicou praticamente toda a sua vida à
Ipiranga. No início de suas atividades na Empresa, trabalhou como Engenheiro
nas obras do aterro onde viria a ser construída a Refinaria. Exerceu com
brilhantismo, designado que foi, o cargo de Superintendente Técnico,
encarregado da planta industrial da Refinaria. Sua participação lhe assegurou
um lugar na direção das Empresas, alcançando a posição de Presidente do Conselho
de Administração. Ainda como Presidente, veio a falecer recentemente, em 15 de
abril de 1987, legando a todos um verdadeiro exemplo de vida.
Faço um parêntese, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para relembrar que
esta Casa, ao resgatar, com a Ipiranga, em fazendo esta homenagem, contribui,
de forma decisiva, para a preservação da memória daqueles que construíram a
pujança do Rio Grande, pois foi graças a esses homens e tantos outros que,
anonimamente, arregaçaram as mangas e, enfrentando os desafios de seus tempos,
conseguiram dar, ao Rio Grande, pioneirismo em muitos setores e, sobretudo, dar
uma industrialização que, se não é a maior do Brasil, representa um parque
harmonioso e de grande futuro no desenvolvimento nacional.
Me pedia, no início da Sessão, o nobre Ver. Aranha Filho que ao falar
em nome do PL lembrasse que sua bancada, através de sua pessoa, está
providenciando na denominação de uma Praça com o nome de Francisco Martins
Bastos para homenagear este pioneiro das empresas de Petróleo Ipiranga. E por
que, Sra. e Srs., a Casa de Porto Alegre tem de fazer uma homenagem a Ipiranga?
Na verdade, infeliz do povo que nega os seus valores, que não relembra ou não
quer mostrar aos seus pósteres nem deixar registrado na história dos
legislativos aquelas empresas que contribuem decisivamente para o crescimento
do País. E há um elo permanente que liga os Legislativos aos grupos nacionais
que trabalhando diuturnamente tentam fazer deste País aquilo que nós, nos
Legislativos, propugnamos e buscamos dentro das condições que temos viabilizar
na forma teórica da nossa atuação.
João Pedro Gouvêa Vieira. Atual Presidente do Conselho de
Administração, está integrado às Empresas desde a época da nacionalização da
industrialização do petróleo, quando, exercendo profissionalmente suas funções
de Advogado, buscava defender interesses dos acionistas argentinos.
Tendo o Governo fechado questão na matéria, restou aos acionistas
estrangeiros venderem sua participação, o que levou João Pedro Gouvêa a
adquirir as ações por ter acreditado no empreendimento recém iniciado há dois
anos.
Reconhecido no meio empresarial brasileiro, João Pedro Gouvêa Vieira é
“homem enérgico e consciente da responsabilidade social de um empresário,
possuindo idéias muito firmes a este respeito.”
Gostaria também de, nesta oportunidade, homenagear a todo o corpo de
funcionários das Empresas Petróleo Ipiranga, e o faço lembrando alguém que,
mercê de sua responsabilidade e capacidade, demonstrada sobejamente desde a
criação da Destilaria Rio-Grandense de Petróleo S.A., em 1993, associado ao
fundamental papel exercido na operação da Refinaria Ipiranga, veio a se
constituir, informalmente, no grande mestre dos seus colegas: é o Engenheiro
Estebán Polanski, russo de nascimento, cujo nome ficará, eternamente, ligado à
história da Refinaria.
Feitas todas estas considerações, que envolveram, especificamente, os
primeiros anos de vida da Refinaria, e que me levaram a uma apreciação mais
detalhada dos fatos pelo que representaram em si, muito ainda resta a dizer, principalmente
porque a grandeza das Empresas foi forjada dia após dia.
De qualquer forma, seria muita pretensão de minha parte pretender
reescrever toda a história da Ipiranga nos seus cinqüenta anos de existência.
Além de tornar-me enfadonho, porque demandaria longo tempo, correria o risco
de, em alguma época, deixa de mencionar algum acontecimento mais importante.
Mesmo assim, ainda algumas coisas precisam ser ditas.
A atividade de distribuir e comercializar derivados de petróleo, desde
o primeiro posto de serviço, localizado em Rio Grande, na esquina do Asilo dos
Pobres com o 9º Regimento de Infantaria, passando pela distribuição com o
primeiro caminhão-tanque da Companhia, carinhosamente apelidado de “Bergamota”,
e ainda a repartição de gasolina por meio de tambores no Rio Taquari são o
começo de uma atividade que sempre exigiu muitas lutas da Ipiranga. Assim, em
1957, quando praticamente era suprido todo o mercado do Rio Grande do Sul, o
oeste e o litoral de Santa Catarina foi fundada a Distribuidora de Produtos de
Petróleo Ipiranga e que passou, em lugar da Refinaria, a ser responsável pela
tarefa de distribuir e representar produtos químicos e derivados, centralizando
o comércio e o transporte.
Ocupando atualmente a quarta posição entre as Distribuidoras de
combustíveis no mercado brasileiro, sendo a maior de capital privado nacional
que atua no setor e participando do abastecimento nacional com 10,8% no mercado
de gasolina, 11,7% no de diesel e 9,5% no de álcool, conta a Ipiranga com
modernos equipamentos de craqueamento catalítico para processar seus 9.300
barris por dia.
Participando ativamente dos mercados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais,
Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Amazonas e Pará, a
Ipiranga, com duas distribuidoras, mantém 42 bases de abastecimento e o apoio a
uma rede de três mil postos de abastecimento.
Desses, opera uma rede de postos próprios na Região da Grande Porto
Alegre, através da Comercial Farroupilha.
E assim, têm as Empresas Ipiranga diversificado sua atuação, sempre em
busca do desenvolvimento de novos produtos, novas idéias e novos projetos.
Fabricação de óleos lubrificantes e graxas, distribuição e
comercialização de emulsões asfálticas para pavimentação, produção de asfalto a
frio, solventes, ácido sulfúrico, superfosfatos simples, superfosfatos triplo,
diamônio fosfato, fabricação de latas e tambores, ceras para assoalho, adubos e
fertilizantes, pêssego enlatado, rede de hotéis, pescados, administração
imobiliária, transportes, fabricação de sais de bário, polietileno de alta
densidade no Pólo Petroquímico do Sul, em Triunfo, reflorestamento seguros e
etc. e, mais recentemente, como que coroando o ano do cinqüentenário, a
implantação, no Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, em empreendimento
conjunto com a empresa americana Dow Corning, de uma fábrica pioneira no
Hemisfério Sul na produção de silicones básicos, com início de operação
previsto para o mês de dezembro, são parte principal da enorme gama de
atividades que deram margem à criação de novas Empresas no Grupo.
Hoje, são 24 Empresas, sendo três líderes, três coligadas e dezoito
controladas, que têm campo de atuação nos mais variados segmentos da economia
brasileira e que empregam diretamente mais de oito mil pessoas.
Como reflexo desta grandiosidade toda, tornou-se imperiosa a
modernização de métodos, o que tem levado as Empresas a promoverem vultosos
investimentos na área de informatização de serviços.
Também há continuamente preocupação com a imagem das Empresas, que
necessita ser moderna e ágil num mercado altamente competitivo e que, em
primeiro lugar, precisa estar estampada nos postos de serviço.
Mas a história nos mostra que muito raramente grandes grupos
empresariais estão desassociados dos aspectos culturais, sociais e de lazer do
seu povo, principalmente junto às suas origens.
E as Empresas Ipiranga não foram exceção à regra. São, aliás, inúmeros
os benefícios que elas têm trazido às coletividades, até como um ato de reconhecimento
por tudo quanto puderam e souberam realizar.
Dentre as iniciativas de caráter social com aplicação na cidade de Rio
Grande, berço da Refinaria, avultam a pavimentação da Rodovia Rio Grande –
Cassino, a remodelação da Santa Casa de Misericórdia, o auxílio permanente a
entidades sociais, a criação das Faculdades de Engenharia e Medicina, com a
efetiva participação na criação da Universidade de Rio Grande e a construção do
Museu Oceanográfico e do Museu Cidade do Rio Grande.
No que pertine à cultura, tem a Ipiranga dedicado apoio a muitas
iniciativas, entre as quais apresentação de músicas, teatro, balé e outras
manifestações artísticas.
Quero também nesta oportunidade, como Presidente que sou da União dos
Escoteiros do Brasil – Região do Rio Grande do Sul, ressaltar o indispensável
apoio que tem sido dado a um grupo escoteiro formado nas próprias Empresas, em
Rio Grande, e que merecidamente é denominado de Grupo Escoteiro Ipiranga.
Para finalizar, gostaria de publicamente dizer do sentimento de que fico
imbuído quando, de alguma forma, me associei a algo que diga respeito a
Ipiranga. É um sentimento misto de orgulho e otimismo. Orgulho, por pertencer
ao nosso Estado um dos maiores grupos empresariais do Brasil. Otimismo, porque
acredito na força de trabalho e na capacidade de nosso povo, no regime de livre
iniciativa, e sobretudo nas forças do povo que vão nos levar a viver aquilo que
todos sonhamos e nas quais as Empresas de Petróleo Ipiranga são um exemplo vivo
e dignificante ao longo destes últimos cinqüenta anos, os quais, certamente, já
se começam a se preparar para a comemoração dos 100 anos. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao
Ver. Clóvis Brum, que falará em nome do PMDB.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente da CMPA Ver.
Brochado da Rocha; Dr. Sérgio Silveira Saraiva, Diretor das Empresas de
Petróleo Ipiranga; Dr. Bolivar M. Baldiceroto, Diretor das Empresas de Petróleo
Ipiranga; Dr. Nélson Marchezan, Deputado Estadual; Dr. Osmar Lanz, Vice-Presidente
da FEDERASUL e Associação Comercial de Porto Alegre, Dr. Ricardo Portela Nunes,
Representante da FIERGS; Dr. Antônio Mafuz; Cap. Juarez de Oliveira,
representado o Comandante-Geral da Brigada Militar, Srs. Deputados, Vereadores,
Senhores Diretores e Funcionários da Ipiranga, Senhores e Senhoras.
O discurso do Vereador-proponente desta Sessão, Hermes Dutra, foi, sem
dúvida, o discurso técnico da tarde, aquele que disse da caminhada técnica
dessa Empresa. Foi o discurso que definiu as lutas, o perfil e a competência
desse grupo tão marcante na vida deste Estado e deste País. Deixem para este
Vereador para que aproveite, nesta tarde engalanada de triunfo para falar como
um homem nascido lá, na nossa longínqua Uruguaiana, homem que, menino, brincou na
Velha destilaria de petróleo, na Rua 24 de Outubro, instalada há 50 anos, que
aprendeu, conheceu e admirou em pessoa Eustáquio Ormazabal e Francisco
Tellechea e Francisco M. Bastos. Deixem, portanto, que, neste momento, a minha
alma lhes abandone por alguns minutos para, de mansinho, entrar num daqueles
portões da nossa 24 de Outubro e ir até as instalações de 50 anos de existência
da primeira empresa que tratou do petróleo neste País, fruto da coragem, do
pioneirismo, da competência, do desbravamento – dessas famílias Tellechea,
Ormazabal e, depois, Bastos, que, com os atropelos da posição argentina, foram
obrigadas a procurarem outra terra para implantar os seus sonhos, a sua
empresa; a outra terra foi Rio Grande.
Mas, eu fico, ainda, em Uruguaiana, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
para dizer do que significou a nível de exemplo, do que significou a nível de
grandeza. Porque até então se entendia que os homens da fronteira só sabiam
criar gado. A resposta de que além da arte de criar gado, o pioneirismo dessas
famílias iria implantar neste País a grande caminhada nesse ramo importante na
economia brasileira que é o Petróleo. O exemplo dignificante, corajoso dessas
famílias, eu registro com suspeição porque sou filho da terra.
Se me dessem, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, os desígnios de Deus
para poder retratar, transmitir na palidez da nossa humilde oratória tudo o que
eu penso, que eu imagino e que eu gostaria de transmitir do que representou
aquele ato corajoso de Eustáquio Ormazabal e de Francisco Tellechea, sem dúvida
alguma, não teriam páginas os nossos jornais, as nossas revistas para difundir
tudo o que simboliza esse importante empreendimento. Não para Uruguaiana. Não
para o Rio Grande, mas para os empresários brasileiros atacados pelo golpe do Governo
Argentino, pelo período de guerra em que ingressou o Brasil, pelas diversas
adversidades inclusive de medidas governamentais brasileiras, a todas essas
adversidades o Grupo Ipiranga respondeu com competência.
Meus Senhores, a minha participação nesta tribuna é apenas para
transmitir em nome do PMDB a nossa homenagem, nossa saudação, o nosso
reconhecimento pela participação tão importante do grupo Ipiranga no processo
sócio-econômico brasileiro. Acreditem que a participação dos senhores
representa para os governantes deste País uma contribuição muito grande e tais
governantes devem dar a atenção, a consideração e o respeito que o grupo
Ipiranga impõe pelos relevantes serviços que presta ao País.
O PMDB sente-se honrado em poder participar desta saudação da Câmara de
Porto Alegre aos 50 anos do grupo Ipiranga, uma iniciativa louvável do Ver.
Hermes Dutra. Meus senhores, a saudação mais calorosa do PMDB e a saudação mais
emotiva desse uruguaianense ao empreendimento que nasceu no longínquo ano de
1933 na minha terra de Uruguaiana. Felicidades, Grupo Ipiranga. Continuem
assim. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem a honra de
oferecer a palavra ao Dr. Sérgio Silveira Saraiva, Diretor das Empresas de
Petróleo Ipiranga.
O SR. SÉRGIO SILVEIRA
SARAIVA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há quase vinte anos, mais precisamente em
1968, um cientista alemão, Ludwig Von Bertalanffy, atuando na Universidade de
Alberta, no Canadá, apresentou em livro a Teoria Geral dos Sistemas. É um dos
marcos da história da ciência da Administração, assim como o é, a Cibernética,
que veio revolucionar os processos de informação e de processamento de dados,
nas empresas e na vida de cada um.
Pela Teoria Geral dos Sistemas, se a levarmos ao seu sentido mais
amplo, aplicando-se os seus princípios como o de que, “há uma tendência geral
para a integração nas várias ciências naturais e sociais passou-se a entender
com mais profundidade o dia a dia das empresas, o desenvolvimento das
comunidades e a própria história do homem nesses 20 séculos de sua existência
conhecida.
Cito para as senhoras e senhores, neste preâmbulo, de forma breve a
teoria dos sistemas, para levá-los a uma melhor compreensão do que foi a
Ipiranga, especialmente na primeira década das cinco de sua trajetória, no
desenvolvimento deste Estado e do País.
Quando em 7 de setembro de 1937, um grupo de pioneiros, pôs em operação
a Refinaria, mesmo sem grandes conhecimentos da atividade petroleira, no
continente europeu já estava praticamente delineado o confronto que dois anos
mais tarde iria se materializar na Segunda Guerra Mundial.
Enquanto na Refinaria, no Rio Grande, técnicos e operários, aprendiam
na prática, com muitas dificuldades, as técnicas do refino do petróleo,
atividade desconhecida no País, na época, a eclosão da Segunda Guerra iria
marcar decisivamente a história da Ipiranga.
Em 1939, com a guerra já em andamento, a Ipiranga começaria a enfrentar
uma longa etapa de dificuldades, pois a matéria-prima, o petróleo, iria faltar.
Os problemas apareciam em diversas frentes, desde a falta de navio para o
transporte, até a quase impossibilidade de cruzar o oceano, pelo bloqueio dos
submarinos alemães.
A solução, com muito sacrifício e dificuldades, foi buscada pelo nosso
Diretor Francisco Martins Bastos, que passou a residir no Rio de Janeiro, onde
se localizava o centro de decisões do País.
Neste aprendizado, primeiro de como trabalhar a matéria-prima e depois
de como enfrentar dificuldades, causadas por problemas não de origem local, mas
internacional – confirmava-se a Teoria, mais tarde desenvolvida pelo cientista
alemão, refletindo-se em uma incipiente indústria na cidade de Rio Grande, as
decisões tomadas em distantes países que comandavam uma guerra insensata e
cruel. A empresa não esmoreceu, os esforços redobraram-se e a Ipiranga foi
desenvolvendo a sua tecnologia de atuação, superando as dificuldades e criando
seu “Know-How” que a transformou em pioneira, em diversas atividades
econômicas.
Fabricação de solventes para a indústria da borracha, depois do refino
de petróleo, é o segundo marco importante da história da Ipiranga.
Em 1942, a indústria da borracha estava ameaçada de entrar em colapso
por falta de solventes. A Ipiranga foi chamada a enfrentar esse desafio, e o
venceu.
Em 1948, um novo pioneirismo: a fabricação de superfosfatos simples que
deu origem à atividade de fertilizantes no grupo. Foi a semente para a criação
da empresa Fertisul que detém 9% do mercado do setor no País.
Dois fatos, a seguir, marcariam a história da empresa: em 1957 a
legislação federal proibiu o refino e a distribuição dos derivados como
atividades de uma mesma empresa. Foi criada então, a Distribuidora de Produtos
de Petróleo Ipiranga S.A., com sede em Porto Alegre.
Em 1959, o outro, um acontecimento inédito na história econômica do
País: a Ipiranga compra a Gulf Oil do Brasil, uma empresa estrangeira, da área
do petróleo. A partir dessa aquisição, é originada a Companhia Brasileira de
Petróleo Ipiranga, com sede no Rio de Janeiro.
Hoje, as duas empresas – Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga
S.A., que atua no Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina e Companhia
Brasileira de Petróleo Ipiranga, que vai até a Amazônia, com 3.000 Postos de
Serviço – tem uma participação em torno de 12% do mercado nacional.
Entre as 24 empresas que formam o Grupo, há mais dois exemplos de
pioneirismo: a Química Geral do Nordeste, 1ª produtora nacional de sais de
bário, em Feira de Santana e a Silinor – que será a 1ª fábrica da América do
Sul, produtora de silicones básicos – cuja atividade será iniciada em dezembro,
no Polo de Camaçari, ambas na Bahia.
Senhoras e senhores: depois de lembrar o que fizeram os dirigentes da
Ipiranga para desenvolver o Grupo, que é hoje um dos primeiros do País, de
capital privado nacional, com oito mil empregos diretos e um patrimônio líquido
de 420 milhões de dólares, tendo entre as 24, cinco Cias Abertas, com mais de
15 mil acionistas, creio ser esta Casa legislativa o local adequado para
destacar uma das preocupações da Ipiranga, que está configurada numa afirmação
de Francisco Martins Bastos, um de seus fundadores:
“As empresas não são só os capitalistas, daqueles que aplicam o
dinheiro. Elas têm muito mais um fim social do que somente o de gerar lucros. É
questão de trazer o bem estar.”
A integração entre dirigentes e empregados que juntos enfrentaram todos
aqueles desafios dos primeiros anos, fez com que na Ipiranga sempre houvesse um
atendimento prioritário ao social.
Se a greve é o principal instrumento do empregado para buscar o atendimento
de suas reivindicações, na Ipiranga até hoje nenhuma foi registrada, o que nos
dá a segurança de estarmos no caminho certo, sem pensarmos na acomodação, mas
na busca do aperfeiçoamento.
Está aqui presente uma mostra dessa integração de que lhes falei: o
Coral Ipiranga, formado por funcionários das empresas que tem sede na cidade do
Rio Grande.
O apoio do Coral Ipiranga - atividade desenvolvida com o público
interno das empresas - lembra outro ponto importante da filosofia operacional
do grupo: os investimentos que ao longo desse cinqüenta anos foram feitos em
iniciativas, atendendo solicitações das comunidades, nos mais diversos setores
culturais.
Cabe ainda, nesta oportunidade, registrar o que Porto Alegre representa
para a Ipiranga e de que maneira a empresa contribui para o seu
desenvolvimento.
A instalação em 1957, da Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga
S.A., na época a 2ª maior empresa do Grupo, marcou o crescimento da Ipiranga na
Capital, chegando hoje às seguintes empresas aqui sediadas com cerca de mil
funcionários: Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga, Comercial
Farroupilha, Hotéis Charrúa, Ipiranga Florestal e Isa-Sul Administração e
Participações.
Estas senhoras e senhores, numa rápida apreciação, tem sido a
trajetória da Ipiranga que deste Estado se projetou Brasil afora, atuando hoje
em setores além do refino e distribuição de petróleo, em alimentação, química,
petroquímica, hotelaria e serviços.
A Ipiranga está em quase todos os Estados brasileiros, tendo alcançado
o Território do Amapá, onde na cidade de Macapá, a Leal Santos Pescados atua na
captura e industrialização de camarões, detendo o 1º lugar no “ranking”
nacional, entre as empresas exportadoras de pescados.
Chegar aos 50 anos é significativo para qualquer empresa, mas para a
Ipiranga é um marco especial que faz lembrar todo o trabalho dos pioneiros e 1ª
Diretoria de brasileiros - René Ormazabal, João Francisco Tellechea, Aristides
da Motta Almeida, Francisco Martins Bastos e Carlos Fagundes de Mello, já falecidos.
Este último, foi o 1º funcionário admitido em Porto Alegre, em 15.07.1937, e
com o qual tive a felicidade de conviver mais estreitamente e assimilar muitos
de seus ensinamentos.
A homenagem que neste momento, por iniciativa do Vereador Hermes Dutra,
os Senhores prestam à Ipiranga, eu a recebo com carinho em nome das Empresas.
Peço licença, no entanto, para transferi-la àqueles que constituíram o
Grupo e já nos deixaram, àqueles que estão hoje conosco e dedicam seu trabalho
para o crescimento das Empresas.
O compromisso da Ipiranga é com o desenvolvimento das comunidades que a
acolhem, projetado os respectivos Estados e para o País.
Se a Teoria dos Sistemas nos fez entender melhor o contexto em que a
empresa atua, com suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas,
esse entendimento nos leva a ter a responsabilidade com o futuro, baseada no
que esses 50 anos representaram em realizações.
Senhoras e Senhores: reafirmamos aqui, o compromisso de - com a graça
de Deus - dispendermos o melhor de nossos esforços para aumentar o progresso
desta Cidade, deste Estado e do País, sem, no entanto, esquecermo-nos de, sendo
um Grupo econômico, continuarmos permeável ao social e ao humano.
Muito obrigado, Ver. Hermes Dutra, pela proposição da homenagem aos 50
anos da Ipiranga.
Muito obrigado a esta Casa por tê-la aceito por unanimidade, o que foi
externado, inclusive, pelas palavras elogiosas dos que aqui se pronunciaram,
Vereadores Clóvis Brum, Cleom Guatimozim e Hermes Dutra, que gentilmente nos
propôs esta homenagem. Muito obrigado, Sr. Presidente, muito obrigado minhas
Senhoras e meus Senhores.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A seguir, ouviremos uma vez
mais o Coral Ipiranga.
(O Coral executa a música “Ave Maria de Vitória”.)
O SR. MAESTRO: Para finalizar,
apresentaremos uma música gauchesca, “O Esquilador”, de Telmo de Lima Freitas.
(Apresentação do Coral.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. homenageados,
autoridades aqui presentes e representadas, Diretores das Empresas de Petróleo
Ipiranga, a Câmara Municipal de Porto Alegre cumpriu, hoje, uma homenagem
sabendo, de antemão, quando aprovava o Requerimento do Sr. Ver. Hermes Dutra,
que a nossa Casa era muito pequena para recolher e solenizar um ato para uma
empresa do porte desta que recebe a homenagem, mas, sem dúvida, um ato
importante porque, se de um lado fazia justiça, de outro lado nos proporcionava
um momento de reunirmos, nesta Casa, tão eminentes pessoas que aqui estão neste
momento. Os oradores, falando em nome das respectivas bancadas, traçaram a
história e o sentimento que nos une à Ipiranga, como vulgarmente nós chamamos.
Mas creio que deste ato fica para nós bem presente na retina e na nossa
consciência que é possível fazermos grandes realizações. Plagiando o colega
Clóvis Brum, Vereador desta Casa, eu diria que o Minuano é capaz de gerar e
tocar o vento do Rio Grande e fazer voar as nossas idéias e nos nossos
empreendimentos pelo Brasil. Por isso, nós que somos tão honrados de sermos
filhos desta terra, somos mais honrados, ainda, por a Ipiranga estar e ter
nascido nesta terra. Ela serve de um exemplo para que nós tenhamos fé nos dias
difíceis que hoje vivemos para demonstrar que é possível realizar aventuras,
realizar sonhos e sobretudo colher das planícies do Rio Grande as esperanças e
o horizonte necessários para buscarmos novos tempos, novas criações e
germinarmos em nosso espírito, em nossa matéria força suficiente para que
possamos, realmente, empreender as grandes mudanças que este País espera de
todos nós.
Muito obrigado aos Senhores que aqui compareceram, que retemperam e
indicam o caminho que devemos seguir e acreditar.
Nada mais havendo a tratar. Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 18h47min.)
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